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Ser “chicleteiro”

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É comum ver adesivos nos carros com a marca “chicleteiro”. Sempre me pergunto a respeito desse orgulho. No antigo axé, em termos musicais nada perde para o atual axé, já no que se diz respeito às letras das músicas…

Durante o veraneio já cansei de ouvir “É bangulê, dum, dum, lá lá, tê tê, rá tê tê, é demais nana banana“. Música de Chiclete com Banana deveria servir como cartilha para ensinar criança a ler, aprenderiam facilmente as vogais e famílias das consoantes. A levar em consideração que iriam concorrer com a Xuxa, estaria de bom tamanho.

Por que insistir em letras que só possuem uma seqüência troncha de monossilábicos que não dizem nada com nada e em nada acrescentam? Alguns podem retrucar, citando duas, talvez 3 músicas perdidas (como uma que fala as capitais dos estados), ainda assim, por que tão poucas em um universo tão amplo de músicas?

A história de que “gosto é igual a **” também não se aplica. Trata-se de qualidade das letras e qualidade de letra não é algo relativo, nem depende unicamente de opinião de cada um. É um padrão estético e de conteúdo que pode ser claramente comparado e medido. Existem, ainda hoje, muitos axés com boas letras, com conteúdo, que conseguem passar algo. Mas não vejo adesivos em carros orgulhando-se de música com conteúdo. Como disse, ao ver um adesivo “chicleteiro”, pergunto-me em que fundamenta-se tal orgulho.

Afinal de contas, o que é “ser chicleteiro”? Geralmente não sabem dizer, sempre rola um “ah cara, é um sentimento”. Aí é quando fica tenso mesmo. Além de amor, amizade, ódio entre outros sentimentos, existe também o sentimento chicleteiro. Negocio tá desandando.